A diminuição da massa muscular é altamente prevalente em pacientes candidatos ao transplante hepático e tem implicações negativas na taxa de comorbidades e mortalidade.
Recentemente, pesquisadores brasileiros avaliaram prospectivamente as mudanças na composição corporal e sua prevalência em 100 adultos submetidos ao transplante hepático (57% homens e 52,6% mulheres; idade média de 45,2 anos). A composição corporal foi avaliada por impedância bioelétrica e cálculos do índice de massa livre de gordura (massa magra) e índice de massa gorda nos períodos de 4 e 7 anos de pós-operatório.
Na avaliação inicial (4 anos após transplante), 49% dos pacientes apresentaram composição corporal normal versus 39% no período final do estudo (7 anos). O índice de massa massa diminuiu de 17,9 ± 2,5 para 17,5 ± 3,5 kg/m2. Esse índice foi considerado baixo quando abaixo de 17,4 kg/m2 em homens e de 15 kg/m2 em mulheres. O índice de massa gorda aumentou significativamente de 8,5 ± 3,5 para 9,0 ± 4,0; p < 0,05. A prevalência de sarcopenia aumentou de 19 para 22%, sendo mais frequentemente observada em mulheres. A prevalência de obesidade aumentou de 32 para 37%; e de obesidade sarcopênica de 0% para 2%.
Os autores concluíram que a composição de massa gorda aumentou ao longo dos anos pós-transplante e a de massa magra diminuiu, embora não significativamente. Sarcopenia e obesidade estiveram muito presentes após o transplante, com aumento da prevalência ao longo dos anos. Esse trabalho contribuiu para comprovar a importância da orientação e avaliação nutricional pós-alta em pacientes submetidos ao transplante hepático.