Nova diretriz ERAS foi criada para guiar práticas no perioperatório de laparotomia de emergência. As diretrizes Enhanced Recovery After Surgery (ERAS) são uma abordagem estruturada multidisciplinar que fornece componentes padronizados de cuidados baseados em evidências para pacientes submetidos a tipos específicos de cirurgia.
No pré-operatório, o uso de bebida com carboidratos via oral é uma recomendação frequente na maioria das outras diretrizes da sociedade ERAS. Essa recomendação visa reduzir a desidratação e melhorar a sensibilidade à insulina, administrando uma carga de carboidratos 2–4 h antes da cirurgia. Contudo, os pacientes de laparotomia de emergência já se encontram sob estresse fisiológico e, por isso, a administração de carboidratos neste cenário pode elevar ainda mais os níveis de glicose, sem promover efeitos na sensibilidade à insulina. Então, nesses casos, a administração de carboidratos no pré-operatório é contraindicada. Essa recomendação é considerada de alto nível e se estende para todo cenário de emergência de cirurgia geral.
A hiperglicemia e a hipoglicemia são fatores de risco para desfechos negativos no pós-operatório. A diretriz propõe que os níveis de glicose no pré-operatório sejam mantidos entre 144-180 mg/dL. A infusão de insulina em taxa variável deve ser usada criteriosamente para manter a glicose sanguínea nesta faixa, com monitoramento apropriado de glicemia no local de atendimento, de acordo com os protocolos locais, para evitar hipoglicemia.
O uso de sondas nasogástricas em pacientes cirúrgicos colorretais eletivos pode aumentar complicações como infecções respiratórias e faringolaringite, bem como desconforto do paciente e atraso na alimentação, sem alteração na morbidade ou mortalidade. No ambiente de emergência, o uso pode ser muito diferente, pois há variedade da relação risco-benefício, dependendo das circunstâncias clínicas, da causa da doença abdominal e dos fatores de risco do paciente. Em caso de distensão e altos volumes de fluido gástrico, a descompressão com uso de sonda pode ser benéfica e reduzir o risco de aspiração na indução da anestesia. Contudo, este risco-benefício pode ser diferente no ambiente pré e pós-operatório.
Sugere-se que a correção de potássio, magnésio e fosfato deve ser feita antes da cirurgia, via intravenosa com monitoramento apropriado e seguindo a política do hospital local. No entanto, isso não deve atrasar o paciente de ser levado para a sala de cirurgia. O nível de evidência dessas recomendações é considerado moderado, e seu grau de recomendação é fraco, mas há evidências de maiores benefícios para pacientes diabéticos.
Para acessar a diretriz completa, clique aqui.