O Colégio Americano de Gastroenterologia publicou pela primeira vez diretrizes clínicas para manejo da Síndrome do Intestino Irritável (SII). O documento reúne orientações para guiar o diagnóstico da SII e as opções terapêuticas disponíveis na literatura científica.
A Síndrome do Intestino Irritável é uma desordem bastante prevalente e se caracteriza por sintomas recorrentes de dores abdominais e alteração nos padrões das fezes. O diagnóstico é realizado por critérios de Roma IV. O documento apresenta nove recomendações associadas ao diagnóstico da SII, dentre elas destaca-se: a categorização com base na predominância dos sintomas para melhor direcionar a terapêutica; a dosagem de calprotectina fecal e proteína C reativa em pacientes com suspeita da SII e com sintomas diarreicos; e a não recomendação da testagem para alergias ou sensibilidades alimentares em todos os pacientes com SII, exceto naqueles com sintomas relacionados a estas sensibilidades/alergias alimentares.
O Guideline apresenta posicionamento sobre terapêuticas alimentares, fitoterapia, psicoterapias e transplante fecal. A adoção da dieta de baixo FODMAPs, com eliminação de oligossacarídeos, dissacarídeos, monossacarídeos fermentáveis e polióis é recomendada, e preferencialmente sugere-se ser realizada por nutricionistas treinados a acompanhar todas as três fases da dieta. As fibras solúveis estão recomendadas para tratar sintomas globais da SII. O uso de Mentha piperita (hortelã-pimenta) está sugerido no alívio de sintomas, principalmente dores abdominais.
Por outro lado, apesar dos probióticos parecerem promissores no tratamento da SII, o documento contraindica o uso desta terapêutica para alívio dos sintomas globais, pois há enorme heterogeneidade e inconsistências nos estudos disponíveis na literatura. As psicoterapias voltadas para o funcionamento gastrointestinal são sugeridas para o tratamento de sintomas globais da SII. Além disso, o Guideline se posiciona contra o tratamento por meio de transplante fecal, devido a falta de evidências científicas robustas que comprovem a eficácia e segurança deste tratamento.
A diretriz também discute intervenções medicamentosas e apresenta 16 recomendações para o tratamento da doença.
O guia completo pode ser acessado em:https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33315591/