A população idosa está mais propensa ao risco de desnutrição devido a várias condições patológicas, sociais, econômicas ou ambientais. Dados mostraram que a prevalência da desnutrição é de 5 e 10% em domicílios, 15 e 30% em casas de repouso e 40 e 50% em hospitais. Esta última estatística está também associada ao elevado custo econômico com taxas de hospitalizações, tempo prolongado de internação e mortalidade.
Recentemente, foi publicado na revista Clinical Nutrition um estudo prospectivo, comparativo, multicêntrico que avaliou 191 idosos com idade igual ou superior a 70 anos. Os pacientes foram classificados como desnutridos de acordo com um ou mais dos seguintes critérios: perda de peso de 5% em 1 mês, perda de peso de 10% em 6 meses, índice de massa corporal (IMC<21 kg/m2), albuminemia <35g/l ou MAN (Mini Avaliação Nutricional ≤ 7). Os pacientes foram divididos em grupo com prescrição de suplemento oral hipercalórico e hiperproteico contendo 500Kcal/dia e 30g/dia de proteínas (n= 133 idosos) e grupo sem prescrição oral (n=58) durante o período de 6 meses. Foi avaliado o impacto da suplementação oral na qualidade de vida, ganho de peso, risco de hospitalização e custos ao sistema de saúde durante o período do estudo.
Participantes suplementados apresentaram menor risco de hospitalização em 6 meses e melhora significativa do apetite em relação aos pacientes que não consumiram o suplemento (p < 0.001). Os custos com saúde foram significativamente menores em pacientes com ingestão de energia ≥ 500 kcal/d (1389 ± 264 euros) versus não suplementados (3502 ± 839 euros); p = 0,042.
Os autores concluíram que a prescrição de suplemento oral hipercalórico e hiperproteico em idosos desnutridos em domicílio reduziu o risco de hospitalização e os custos com saúde.
Referência: Seguy, D. et al. Compliance to oral nutritional supplementation decreases the risk of hospitalisation in malnourished older adults without extra health care cost: Prospective observational cohort study. Clinical Nutrition, 2019, p.327-345.