A composição da microbiota intestinal pode influenciar a patogênese do diabetes melito tipo 2 (DM2) e aumentar risco de resistência à insulina. Pesquisa recente avaliou o efeito da suplementação de um mix de probióticos na glicose de jejum, insulina plasmática e no perfil lipídico de pacientes com DM2 diagnosticados conforme critérios da American Diabetes Association (ADA).
Este estudo foi conduzido por metodologia randomizada duplo-cega controlada, em 60 pacientes. Aleatoriamente, 30 diabéticos adultos receberam suplemento contendo espécies probióticas (Lactobacillus acidophilus [2 × 109 UFC], Lactobacillus casei [7 × 109], Lactobacillus rhamnosus [1.5 × 109], Lactobacillus bulgaricus [2 × 108], Bifidobacterium breve [3 × 1010], Bifidobacterium longum [7 × 109], Streptococcus thermophilus [1.5 × 109]; e 30 diabéticos foram tratados com placebo composto por fruto-oligossacarídeo e estearato de magnésio. Ambos os grupos receberam 2 cápsulas de suplementos ao dia, durante o período total de 6 semanas. O consumo alimentar foi calculado por recordatório alimentar de 3 dias e de 24 horas, no início e final do estudo. Amostras de sangue em jejum foram coletadas antes e após a intervenção para medir os níveis séricos de glicose, insulina e perfil lipídico.
No final da intervenção foi observado diminuição significativa dos níveis séricos de glicose de jejum (p = 0,001) e aumento dos níveis de colesterol HDL (p = 0,002) no grupo suplementado com probióticos. Não foram observadas alterações significativas na insulina sérica e resistência à insulina, medidas antropométricas (peso, circunferência da cintura, IMC) e perfil lipídico (p> 0,05) entre os grupos.
Os autores concluíram que a suplementação com cepa mista de probióticos foi efetiva para diminuição da glicose de jejum em pacientes diabéticos tipo 2. Estudos com maior número de participantes são necessários para confirmar os resultados.