Restringir ou não carboidratos em pacientes diabéticos durante a terapia nutricional?

Restringir ou não carboidratos em pacientes diabéticos durante a terapia nutricional?

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Fonte: Canva.com

A restrição de carboidratos é uma conduta predominante no atendimento a pacientes diabéticos. Contudo, em terapia nutricional, será que essa é mesmo a melhor escolha? Continue lendo para descobrir.

Terapia nutricional em pacientes diabéticos

No ambiente hospitalar, na vigência de uma doença crônica ou aguda somado a um processo inflamatório, a perda de peso e massa muscular por inapetência pode contribuir para desfechos negativos do paciente. Além disso, em função da inflamação, um cenário que contribui para a resistência à insulina é observado. 

A fim de driblar a sarcopenia, melhorar a cicatrização e contribuir para a manutenção do estado nutricional, a utilização de nutrição enteral ou suplemento oral pode ser uma estratégia válida.

Ao prescrever a terapia nutricional especializada para diabetes, duas condutas comuns são: 

  • Reduzir o consumo de carboidratos;
  • Aumentar a ingestão de gorduras e proteínas. 

Entretanto, sendo o carboidrato o principal substrato energético, seu consumo pode contribuir para um maior potencial anabólico, gerando aumento da massa muscular. Mediante a isso, surge a dúvida: restringir ou não a ingestão de carboidratos em pacientes portadores de diabetes que estão em uso de nutrição enteral ou oral?

Nova pesquisa aumentou a oferta de carboidratos para diabéticos

Em novo estudo, pesquisadores buscaram determinar até que ponto o aumento da ingestão de um oligossacarídeo/polissacarídeo, como a maltodextrina de digestão rápida (contendo 25 a 30 unidades de glicose), afetaria a glicemia.

Foram incluídos 21 pacientes (14 com DM2 e 7 sem diabetes) acompanhados por duas semanas. Durante a primeira semana, pacientes com DM2 receberam nutrição padrão para diabéticos (250 g de CHO por dia) e pacientes sem diabetes receberam dieta padrão (350 g de CHO por dia). 

Durante a segunda semana, a ingestão diária de CHO foi aumentada para 400 g em DM2 e 500 g em pacientes não diabéticos. Isso ocorreu através da adição de 150 g de maltodextrina, dividida em três doses iguais de 50 g, e administrada imediatamente após a refeição principal. 

O nível de glicose plasmática foi monitorado continuamente com a ajuda de um sensor subcutâneo durante as duas semanas.

Nenhum efeito negativo foi notado

Como principais resultados, os autores evidenciaram que o aumento da ingestão de carboidratos não interferiu na compensação do DM2 em pacientes idosos e não houve alteração na quantidade de insulina ou antidiabético oral administrado.

Além disso, houve uma melhora no controle glicêmico durante o período noturno, reduzindo o risco de hipoglicemia nestes indivíduos. 

Dessa forma, a restrição adicional da ingestão de carboidratos devido à resistência à insulina tende a contradizer os objetivos da terapia nutricional com o objetivo de aumentar ganho de massa muscular e redução de sarcopenia. 

Os resultados confirmam a hipótese de que o aumento da ingestão de carboidratos como alternativa à restrição de carboidratos em pacientes diabéticos tipo 2 durante a terapia nutricional oral e enteral é seguro.

Clique aqui para ler o estudo completo.

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Referência:

Sobotka O, Ticha M, Kubickova M, Adamek P, Polakova L, Mezera V, Sobotka L. Should Carbohydrate Intake Be More Liberal during Oral and Enteral Nutrition in Type 2 Diabetic Patients? Nutrients. 2023 Jan 14;15(2):439. doi: 10.3390/nu15020439. PMID: 36678311; PMCID: PMC9863670.

Pós-graduação de Nutrição Clínica

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