A obesidade infantil vem se tornando cada vez mais frequente. Diversos estudos investigam se fatores gestacionais e neonatais poderiam estar associados a esta alta prevalência. Recentemente, Salazar-Guitierrez e colaboradores desenvolveram um estudo para avaliar se fatores gestacionais, como o Índice de Massa Corporal (IMC), ganho de peso excessivo durante a gravidez e a duração do aleitamento materno poderiam influenciar a incidência de sobrepeso em crianças com idade pré-escolar (3 a 4 anos).
Foi realizado um estudo analítico com 560 participantes. Foram coletados dados como idade, aleitamento materno e ganho de peso em registros de pré-natal e puericultura. O estado nutricional (EN) das crianças foi avaliado através do Z-escore altura-para-idade de acordo com o sexo.
EN pré-gestacional encontrado foi 37% de eutrofia e 67% de sobrepeso. Ganho de peso excessivo ocorreu em 75% das gestantes. EN das crianças esteve relacionado com o tempo de duração do aleitamento materno (p=0,002), EN pré-gestacional (p=0,002) e ganho de peso (p=0,004). Após ajustado o modelo de regressão logística para idade materna, o sobrepeso pré-gestacional aumentou em duas vezes o risco de sobrepeso infantil, assim como o ganho de peso gestacional excessivo e o aleitamento materno não exclusivo.
Os autores concluíram que crianças que apresentam fatores de risco como aleitamento materno não exclusivo e mães que apresentavam sobrepeso pré-gestacional e ganho de peso excessivo durante a gestação, apresentam entre 2 e 2,4 vezes mais risco de sobrepeso infantil.
Por: Lidiane Catalani