Impacto da proteína animal e vegetal no risco cardiometabólico

Impacto da proteína animal e vegetal no risco cardiometabólico

Proteínas desempenham um papel crucial no metabolismo, equilíbrio de fluidos e ácido-base e síntese de anticorpos. As proteínas dietéticas são nutrientes importantes e são classificadas em proteínas animais (carne, peixe, aves, ovos e laticínios) e proteínas vegetais (leguminosas e oleaginosas como as nozes). A modificação dietética é considerada intervenção importante, que pode impactar um conjunto de fatores relacionados ao estilo de vida. Ao influenciar diversos parâmetros de saúde, esse tipo de mudança possui eficácia comprovada na redução do risco de doenças cardiovasculares (DCV), atenuando fatores de risco relacionados.

Em vista das evidências disponíveis, a comunidade científica tem considerado importante enfatizar o papel da nutrição para manutenção da saúde arterial e cardiovascular. Dietas saudáveis podem aumentar a saciedade, facilitar a perda de peso e melhorar o risco cardiovascular, e estudos que compararam os benefícios das dietas onívoras e vegetarianas demonstram potencial para guiar intervenções dietéticas. O risco de DCV é geralmente reduzido por uma alimentação equilibrada com mais proteínas vegetais e baixo teor de gordura saturada. O risco relacionado à proteína animal é maior com a ingestão de carne vermelha ou processada, enquanto aves, peixes e nozes, apresentam menor risco de DCV.

Um artigo recentemente publicado elucidou o impacto da proteína de origem animal vs. vegetal na modificação de fatores de risco cardiometabólicos. A partir da análise de estudos observacionais e intervencionistas de alta qualidade, um time de especialistas do Lipid Expert Panel (ILEP) identificou que o aumento da ingestão de proteínas, especialmente de origem vegetal e certas proteínas de origem animal (aves, peixes, carnes vermelhas não processadas com baixo teor de gorduras saturadas e laticínios com baixo teor de gordura) têm um efeito positivo na modificação dos fatores de risco cardiometabólicos.

O consumo de carne vermelha se correlacionou com risco aumentado de DCV, principalmente por causa de ingredientes não proteicos como gorduras saturadas, mas o modo de cozimento e conserva também podem influenciar o efeito deste tipo de alimento. Com base nas evidências analisadas, a substituição da carne vermelha por aves ou peixes é indicada para diminuir o risco de DCV e fatores de risco como hipertensão. Além da carne, outras proteínas de origem animal, como as encontradas em produtos lácteos (especialmente a proteína do soro de leite), são inversamente correlacionadas à hipertensão, obesidade e resistência à insulina.

Observa-se que vegetarianos têm tendência a menor pressão arterial, perfis lipídicos mais saudáveis e peso corporal mais adequado que onívoros. Nesse sentido, é aconselhado melhorar a qualidade de carboidratos, reduzir o consumo de carne vermelha e aumentar o consumo de fontes proteicas de origem vegetal, que podem incluir a soja. As recomendações dietéticas devem ter ênfase na quantidade e nas fontes de proteínas.

Referência

Zhubi-Bakija F, Bajraktari G, Bytyçi I, Mikhailidis DP, Henein MY, Latkovskis G, Rexhaj Z, Zhubi E, Banach M; International Lipid Expert Panel (ILEP). The impact of type of dietary protein, animal versus vegetable, in modifying cardiometabolic risk factors: A position paper from the International Lipid Expert Panel (ILEP). Clin Nutr. 2021 Jan;40(1):255-276.

Pós-graduação de Nutrição Clínica

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