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À medida que envelhecemos, nosso corpo passa por mudanças substanciais na massa muscular, gordura e hidratação, que afetam significativamente nossa saúde geral.
Avaliar as mudanças na composição corporal é imprescindível no acompanhamento do estado nutricional, além de ajudar a prevenir e tratar doenças.
A melhor forma de avaliar essas mudanças é com a Bioimpedância Elétrica (BIA)! Uma ferramenta não invasiva que fornece informações precisas, sendo um dos métodos mais usados atualmente para determinar e analisar a composição corporal de indivíduos, em especial de pacientes idosos.
Neste guia, exploraremos os principais pontos a serem considerados ao escolher e usar uma BIA, destacando sua importância e procedimentos recomendados.
Como funciona a Bioimpedância Elétrica?
A BIA utiliza as propriedades condutoras elétricas do corpo para estimar a composição corporal, medindo a impedância ao fluxo de uma corrente elétrica de baixa intensidade (800 μA). Os 2 princípios fundamentais que regem a bioimpedância elétrica são:
- O tecido magro (composto por água e eletrólitos), é um bom condutor elétrico.
- O tecido gorduroso (que não possui água), é um mau condutor elétrico.
A BIA fornece estimativas rápidas e econômicas da composição corporal e oferece quatro principais tecnologias:
- Corpo a corpo
- Pé a pé
- Pé a mão
- Segmentar direto
Nas tecnologias corpo a corpo, pé a pé e segmentar direto, os resultados são diretamente obtidos do dispositivo, enquanto os dispositivos “pé a mão” requerem equações de regressão para estimar os resultados.
Em pacientes idosos, os métodos “pé a pé” ou “pé a mão” são amplamente utilizados devido à simplicidade e facilidade de uso.
O que devo considerar na hora de escolher um equipamento de Bioimpedância?
- Precisão: certifique-se de que o equipamento seja preciso na medição da composição corporal em idosos, garantindo dados confiáveis.
- Facilidade de uso: opte por um dispositivo intuitivo e de fácil manuseio, considerando as possíveis limitações tecnológicas dos idosos.
- Portabilidade: se você planeja atender seus pacientes em diferentes locais, a portabilidade do equipamento é uma consideração importante. Versões portáteis são práticas para cuidados em home care.
- Conectividade: procure por dispositivos que possam se conectar a sistemas de registro de saúde eletrônica para facilitar o acompanhamento a longo prazo.
Qual o preparo para realizar a BIA?
A preparação adequada do paciente é fundamental para obter leituras precisas, portanto, certifique-se de que o paciente siga estas orientações:
- Hidratação: o paciente deve estar bem hidratado, mas não excessivamente, para evitar distorções nas leituras.
- Jejum: o paciente deve estar em jejum por 4 horas antes da medição para minimizar a influência da ingestão recente de alimentos ou bebidas.
- Abstinência de exercício: recomenda-se que o paciente evite atividade física intensa 24 horas antes da medição.
- Esvaziamento da bexiga: instrua o paciente a urinar antes da medição, pois a retenção de líquidos na bexiga pode afetar os resultados.
Como realizar a medição?
A execução adequada da BIA é fundamental para obter resultados confiáveis.
- Posicionamento: posicione o paciente corretamente, garantindo que os eletrodos estejam adequadamente colocados, conforme instruções do equipamento.
- Tempo de medição: respeite o tempo de medição recomendado pelo fabricante para garantir leituras estáveis.
- Registre informações pessoais: anexe informações pessoais do paciente, como idade, altura e sexo, ao resultado da medição. Isso ajuda a contextualizar os dados.
Como interpretar os resultados da Bioimpedância?
Ao analisar os resultados da BIA em idosos, leve em consideração sua idade e outras informações pessoais. Compare os resultados com valores de referência específicos para essa faixa etária e discuta as implicações com o paciente. Considere os seguintes aspectos:
- Massa óssea: monitorar a saúde óssea é fundamental, especialmente em pacientes idosos (baixa massa óssea pode indicar osteoporose e sarcopenia). É importante ressaltar que a BIA não é o equipamento de referência para avaliação de massa óssea, portanto a qualquer sinal de alteração, o paciente deve ser submetido a um exame de densitometria óssea.
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- Massa celular corporal: corresponde à somatória de células de músculos lisos, sistema muscular esquelético, órgãos internos, músculos cardíacos, sangue, trato gastrointestinal, sistema nervoso e glândulas. É usada para estabelecer a necessidade calórica e para avaliar o consumo de energia do indivíduo, além de servir para análise do estado nutricional.
- Massa extracelular: massa corporal magra que existe fora das células da massa celular corporal. Inclui estruturas como pele, elastina, colágeno, tendões, ossos e fáscias. É importante para compreender a distribuição da massa magra no corpo.
- Água corporal total: varia entre homens e mulheres, se divide em água extracelular e intracelular. A análise da distribuição da água corporal ajuda a avaliar a hidratação do paciente.
- Massa magra ou Massa livre de gordura: massa magra é a parte do corpo que não contém gordura, importante para avaliar a condição física e nutricional de um corpo. Percentagens abaixo dos valores estabelecidos para a faixa etária podem indicar desnutrição e distrofia muscular, especialmente em pacientes idosos.
- Massa gorda ou Massa de gordura: corresponde ao teor de gordura do organismo em relação ao peso corporal. É importante para avaliar o risco de problemas de saúde relacionados ao excesso de gordura.
- Gordura visceral: massa adiposa existente na cavidade abdominal interna e que contorna os órgãos vitais. É um fator de risco para doenças como hipertensão arterial e diabetes.
- Idade metabólica: pode indicar o estado do metabolismo do paciente. Se for maior que a idade real do paciente, isso pode indicar um metabolismo prejudicado.
- Taxa metabólica basal (TMB): nível mínimo de energia que o corpo precisa em repouso. Essa medida influencia diretamente em cálculos como o Gasto Energético Total (GET) e é essencial para estimar a necessidade calórica diária, especialmente em pacientes idosos.
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Comunicar os resultados de forma clara e acompanhar o progresso a longo prazo é essencial!
Comunique os resultados de maneira clara e sensível ao paciente idoso. Explique o que os números significam em termos de saúde e bem-estar. Se houver preocupações, encaminhe o paciente a um profissional de saúde adequado para orientação adicional.
A BIA não é uma medida única, portanto acompanhar a composição corporal do paciente ao longo do tempo é fundamental para avaliar as mudanças e o progresso, principalmente para idosos que estão em programas de reabilitação ou gerenciamento de condições de saúde.
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Referências:
Bioelectrical Impedance Analysis (BIA) and Body Composition Analyse. BioScan.
CAMPA, Francesco et al. Assessment of body composition in athletes: A narrative review of available methods with special reference to quantitative and qualitative bioimpedance analysis. Nutrients, v. 13, n. 5, p. 1620, 2021.