Evidências recentes sugerem que o status da vitamina D na gravidez pode estar associado ao desenvolvimento do diabetes gestacional (DMG). Estudo de coorte investigou, prospectiva e longitudinalmente, níveis de vitamina D durante a gestação e sua relação com o risco de DMG.
Foram estudados 107 casos de DMG e 214 gestantes controles. Os níveis plasmáticos de 25-hidroxivitamina D2 e D3 (25 (OH) D) e proteína de ligação da vitamina D foram medidos entre as semanas gestacionais 10 e 14°, 15 e 26°, 23 e 31° e 33 e 39°. Adicionalmente, foram calculados a concentração de 25 (OH) D total, livre e biodisponível. Análise estatística foi realizada por modelos de regressão logística condicional e modelos lineares de efeitos mistos.
Foi observado um efeito limiar para a relação de biomarcadores de vitamina D com o risco de DMG. A deficiência de vitamina D (<50 nmol/L) entre 10° e 14° semanas de gestação foi associada ao risco aumentado de 2,82 vezes para DMG (intervalo de confiança IC de 95%). Mulheres com deficiência persistente de vitamina D entre 10° e 14° e 15° e 26° semanas apresentaram risco elevado de 4,46 vezes para DMG em comparação com mulheres sem deficiência (IC 95%).
Os autores concluíram que a deficiência materna de vitamina D, no primeiro trimestre da gestação, estava associada ao risco elevado de DMG. A associação foi mais forte para as mulheres que eram persistentemente deficientes no segundo trimestre. A avaliação do status da vitamina D no início da gestação parece ser importante para melhorar a estratificação de risco e desenvolver intervenções efetivas para prevenção primária do DMG.